UM ANO DE PAPO DE CINEMA COM MUITAS HISTÓRIAS...

10/04/2021

O Cinema e a arte da imagem em movimento

Nosso primeiro cartaz oficial pelo AC. Cultural
Nosso primeiro cartaz oficial pelo AC. Cultural

2021. 04 de abril, domingo de Páscoa. E no dia 10 de abril comemoramos Clauba e muitos amigos, um ano de Papo de Cinema. Sim, e é motivo de alegria e festividade mesmo entre tantas mazelas, pois a arte é como nas palavras da atriz Jane Fonda no Globo de Ouro deste ano... "Que possamos reconhecer o que é diversidade. A arte sempre foi líder nisso. Sejamos líderes". E seguindo com sentimento de representatividade pela sabedoria da veterana atriz, assim passaram-se esses meses, em que, pelo carinho e crédito da amiga Clauba, pude dividir pela rede um pouco da paixão que tenho pela arte e pelo cinema, sem críticas, apenas um olhar por belos filmes e para todos que também amam a arte, o cinema e uma boa troca e conversas. Em um ano novo, de novo, atípico, triste em muitos momentos, também foi de mudanças. Um ano que refletir mais e mais faz sim sentido. Um ano de outras tantas mudanças. E não seria diferente no que nos diferencia entre tantas outras coisas, na arte, e na arte do cinema. Afinal ela, a arte de criar, mesmo que afetada após tantas mazelas em sua história, tantas incoerências e desistências, mostrou; para aqueles (muitos) ainda incrédulos, que a Arte e suas formas de produção é e sempre será maior que qualquer lugar comum da sociedade, ou ainda, qualquer coisa que não seja a arte de levar amor, fantasia, imaginação, partilha. Com ela, a arte, criarmos e representarmos outros mundos, nossos desejos, belezas, bem como as grandes fraquezas humanas. Assim seguimos mais um ano e com a arte, com a arte em movimento, que também sentindo essas necessidades de mudanças, transformou-se e continuou. Adaptando-se, recriando-se, sobrevivendo por quem faz, em quem faz, gosta e acima de tudo em quem ama partilhar. Se refez em outros formatos, outras plataformas, outros locais, mas isso é uma outra história, afinal pode ser um (re) começo. Hoje, o espaço do papo de cinema veio mostrar que a arte e sua força está em suas próprias narrativas visuais de fantasia, de arte e imaginação, de vida e realidades, e precisei voltar no tempo, para compartilhar um pouco sobre uma era em que o cinema foi mais que a sua imagem ou seus lucros ou tendencias. Era o conjunto de sonhadores, imaginários e feitores. Era ação e amor, era aventura e grandiosidade visual, era entreter, sorrir, chorar, emocionar, apaixonar, e também com reflexões sobre a vida. Era muito mais que o objeto moderno de arroubos, apologias, e sem a alma da diversão e do entretenimento. Era cinema e sonhos.

Em 1937, ainda não existia uma premiação para efeitos especiais, e um grande filme de uma lenda do cinema, o mestre e diretor John Ford (USA), realizou essa pérola da 7ª arte, e sem rodeios, a reflexão aponta para o seu título, onde, nada ou pouco será poupado ante a arrogância do homem. Seus efeitos especiais (criados por James Basevi, mestre, criador das sequências de destruição no terremoto do filme "San Francisco" de 1936 e seus 20 minutos de destruição em cena são até hoje insuperáveis, isso sem as técnicas de hoje, ponto para a genialidade). Em O Furacão, seus efeitos especiais e sonoros, ainda hoje são impressionantes, de qualidade ímpar e grandiosos, (acabou vencendo o Oscar por melhor som de Thomas Moulton). Além de sua narrativa, trilha sonora (Alfred Newman) e atuações, é no seu clímax final que residem suas qualidades de um clássico do cinema, é para ver, rever, pensar, refletir sobre quem queremos ser, e se maravilhar com a força do cinema. Esse era o cinema em sua missão, fazer o espectador sonhar, imaginar e por vezes, sair do mundo real por alguns minutos.

"PRINCIPE DO EGITO" 1998 

"NOÉ" 2014

E outras duas maravilhas da 7ª arte me fizeram rever, me emocionar e olhar o cinema e suas criações (e são muitas e são merecedoras de elogios), com um espaço para a animação "O Príncipe do Egito" de 1998 e uma outra história Bíblica em tom espetacular. O primeiro com direção de Brenda Chapman, Steve Hickner e Simon Wells, a animação impressiona já na abertura com a inserção de fundos, paisagem e arquitetura belos em sua concepção 3D e sua mescla com a animação tradicional 2D dos personagens, embalados pela bela e emocionante canção "Deliver Us" na voz da cantora israelita Ofra Haza. O dueto formado por Whitney Houston e Mariah Carey na canção "When You Believe" deu o Oscar de melhor música em 1999. Em um período experimental a passos largos da computação gráfica no cinema, os estúdios Dreamworks, acertam em cheio na mistura de técnicas arrojadas para a beleza da animação. Iluminação, colorização, músicas e trilha incidental de Hans Zimmer, constroem um belo exemplo de narrativa visual, considerado até hoje um dos desenhos mais belos já produzidos. Bem construído e sem apelos tendenciosos religiosos ao contar uma das passagens Bíblicas mais famosas de todos os tempos, junto a Arca de Noé e o calvário de Cristo, é sem dúvida merecedor de ser revisto sempre. Aproveitando esse momento, fica mais a dica do papo de cinema para "Noé" 2014 de Darren Aronofsky. A impressionante fotografia de Matthew Libatique nas locações inóspitas da Islândia, é de uma beleza única, que nas palavras do diretor e também co roteirista da produção, ..."a terra aqui é ainda nova, em um lugar vulcânico, provavelmente como a terra foi um dia", assim seguiu o tom da produção. Rica em detalhes, vestuário, e locações, como exemplo, na concepção da arca, que foi construída em tamanho, largura e dimensões como descrita pela bíblia, o filme é um equilíbrio entre o texto escrito a milênios e sua reflexão certeira e verdadeira para os tempos atuais. Em alguns momentos também nos deparamos com imagens próximas a história da arte e as ilustrações bíblicas de Gustave Doré. Ponto alto da produção em seu grande elenco, música e fotografia, é sim um grande filme também para novas e futuras gerações, que em seu desdobramento criou uma bela Graphic Novel em parceria com o desenhista Niko Henrichon, exemplo de arte irretocável nas mãos de visionários como Darren Aronofsky. Essa é uma parte de uma pesquisa sobre a paixão pelo cinema, também meu agradecimento de coração e alma pelas participações ao longo deste um ano de conversas sobre filmes, diretores, arte e pela guerreira Clauba que sempre acreditou, obrigado a todos pela leitura e bom filme sempre. Seja em uma sala escura de cinema, talvez um dia, ou em seus novos formatos de exibição.

Andre Serafim, abril de 2021. Texto escrito entre sexta feira Santa e domingo de Páscoa. 

Parte 1

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