O PAPO DE CINEMA CONTINUA...
Colin Farrel e Jessica Brown Findlay, "Um Conto do Destino"2014
PARTE I- "POR UM BREVE MOMENTO DE ROMANCE, O CINEMA E SUAS FANTÁSTICAS HISTÓRIAS DE AMOR"
Quando ainda pensava em qual tema poderia ser bacana para a nossa próxima edição do Papo de Cinema, mesmo em tempos de Oscar, e já adianto que este ano valeu pela premiação para a animação "SOUL" da Disney Pixar, depois dormi, rsrsrs. Então refleti sem pestanejar, (rsrsrs). Claro, após (re)assistir e me emocionar novamente com a bela narrativa romântica e de fantasia com uma cinematografia muito bem conduzida de uma tonalidade entre dourados, sépia e azuis no belíssimo filme "Um conto do Destino". Pronto, encontrada a temática. O cinema romântico e de amor, que por vezes se confunde com bons dramas, comédias românticas, um pouco de suspense e até mistério. O tema requer um pouco de fantasia na alma, simplicidade de coração, não julgamentos e um imaginário avançado. Sem dúvida muita vontade de se deixar levar pela leveza de uma singela história de amor. Ah! O amor é algo que exige um coração aberto e o gosto por gestos simples e pequenos. Cumplicidade e dedicação. Boa viagem a todos. E consciente de que o tema escolhido também traria consigo algumas controvérsias, polêmicas e sei lá o que de outros tantos, rsrsrs, principalmente em um mundo estranho que vivemos e por aí vai. Mas deixamos isso para lá, também não estou aqui para julgar ninguém, e mesmo por que, sendo um romântico incurável, rsrsrs, não poderia deixar de indicar, ou melhor comentar aqui, as emoções despertadas com o olhar puro pelas narrativas cinematográficas selecionadas. E, como sempre conversamos, a Clauba e eu, este não é um blog (site) para críticas, apologias ou comentários negativos à 7ª arte. Aqui o espaço é para olharmos para o cinema com bons e outros olhos, com olhos da arte, da magia e da emoção, sem pretensões de ser este mais um local para desafogar sobre este ou outro assunto pessoal que não seja o cinema e a sua incrível arte da ilusão. Assim, por exemplo, quem for buscar por outros comentários e análises sobre o filme "Um conto do destino", saberá o que estou falando. E provavelmente fugirá desta bela obra. O que seria uma pena pois deixará de soltar o coração nesta obra, que foi aos meus olhos, muito injustiçada pela "tal" crítica. É incrível e triste, mas realmente poucos curtiram esta fábula de amor, que tanto fala de romance, como do tempo, de vida e morte, de perda e escolhas, do confronto entre bem e mal, e da luz. Aliás este elemento, a luz, está presente em todas as cenas como parte da composição e narrativa, é só apurar o olhar, e o coração. Com um elenco grandioso, com quatro de seus atotes vencedores de Oscar, além do diretor Akiva Goldsman roteirista também vencedor do prêmio por "Uma Mente Brilhante". Aqui vale ressaltar a doce presença da veterana atriz Eva Marie Saint (de Intriga Internacional e Um Bonde Chamado Desejo), um brilho (luz) memorável e poético com sua presença. Com uma direção de arte ricamente escolhida em sua paleta de tons, costumes ricos em detalhes (dos bordados de vestidos, a peças de louçaria em uma sala de jantar) e fotografia maravilhosa, também presenteia com efeitos bem feitos e que auxiliam aos olhares mais puros na narrativa emocional da história. Então fica a dica, olhar esta película com olhos simples e fantasiosos. Afinal o cinema, eu ao menos acredito nisso, é um espaço para a arte, para a imaginação, para a fantasia, para o sonho e para entreter, e (re) ver com olhos simples e apaixonados pela arte da imagem em movimento. De real e feio já basta o mundo ao redor, ou melhor, digo, o sistema atual (cínico, ideológico e competitivo) criado para o mundo ao redor. Mas, essa é uma outra história, e quem sabe para outro momento, pois, quem me conhece sabe, curto um bom filme e sim a vida, a arte, mamãe e meus pets, o chirim- chiminin- chimney, homenagem ao filme "Mary Poppins" de Robert Stevenson e a Sarah, homenagem ao filme "Fome de Viver" de Tony Scott, (duas grandes dicas aqui). Assim seguimos com o papo de cinema e com o romance na tela (alguns aqui eleitos, com uma pitada de suspense e outros com um pouco de drama também), afinal a emoção do amor e do romance é uma grande jornada de beleza e boas e por vezes verdadeiras histórias de nós mesmos. E vamos seguindo com saltos no tempo, retomando este nosso papo com a produção de 1940 REBECCA com direção do mestre Alfred Hitchcock. Essa produção tem aspectos interessantes para comentar, começando por sua elaboração para o cinema partindo da obra literária da autora inglesa Daphne Du Maurier de 1938. E a estreia em solo "Americano" de Hitchcock, como seu primeiro filme em Hollywood. Sendo o grande destaque para a direção de arte, efeitos práticos visuais e as belas e incríveis "matte painting" do genial Albert Maxwell Simpson. Cada frame do interior da mansão Manderlay é uma obra de arte em cenários de fundos pintados. Ponto também para a brilhante escolha de Alfred Hitchcock com seu elenco principal. Sir. Laurence Olivier (Maxin De Winter), a jovem e bela atriz Joan Fontaine (Mrs. DeWinter), Damme Judith Anderson (Mrs. Danvers), e o sempre perfeito George Sanders (Jack Favell). Essa produção que levou as estatuetas de melhor filme e melhor fotografia em preto e branco na edição de 1941, tem romance, mistério, suspense e um drama de tribunal, tudo embalado pelo romance gótico sobre uma mulher inesquecível. Ainda lembro sempre do início do filme, com a voz doce e suave em off da atriz Joan Fontaine falando sobre as emoções ainda vívidas nela da impressão de sua primeira visão de "Manderlay", algo fantasmagórico e surreal. Como informação, vale lembrar que nesta edição do Oscar, venceu na categoria de melhor fotografia colorida o filme "O Ladrão de Bagdad"1940.
Judith Anderson em cena do filme REBECCA, 1940.
Kristin Scott Thomas em cena do filme REBECCA, 2020
A novidade é para a nova adaptação do clássico de 1940. Dirigido por Bem Weatley (de Turistas e Dr. Who). REBECCA 2020, acerta em aproximar a narrativa para novos públicos. Produzido para a Netflix, com uma direção de arte requintada e bela fotografia, acerta também em seu elenco principal. Destaque para vencedora do Oscar Kristin Scott Thomas de O Paciente Inglês 1997 como Mrs. Danvers, Armie Hammer, protagonista de "Me Chame pelo seu Nome 2017"como Maxin DeWinter, Lily James, de "Cinderela 2015" como Mrs. DeWinter, e Sam Riley de "Control 2007", cinebiografia de Ian Curtis vocalista do Joy Division, como Jack Favell. A dica fica para assistir essa adaptação bonita e um pouco diferente do anterior, e claro rever o clássico do mestre Hitchcock, esse um merecedor de seu título. Seguimos então com mais dicas de bons romances (sejam eles adaptações literárias ou não) na telona, ou nos tempos atuais, nas telinhas. Escolha uma boa locação, alguns petiscos, uma companhia talvez, alguns lencinhos e aproveitem essas e outras boas histórias de amores, todos imperdíveis.
ANDRÉ SERAFIM|2021
AGUARDEM, POIS ESSE MÊS VEM MUITO MAIS PAPO DE CINEMA POR AI...