O PAPO DE CINEMA CONTINUA... parte II

25/05/2021

Gary Oldman e Winona Ryder em cena do filme DRACULA, 1992

O ano agora é 1992, o filme, a bela película "DRACULA de Bram Stoker", adaptação do romance gótico de 1897 e dirigido pelo mestre Francis Ford Coppola. Com um elenco principal de jovens e promissores artistas à época, como, Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves, Sadie Frost, Cary Elwes, Billy Campbell, Richard E. Grant, Monica Bellucci, entre outros. E nomes importantes como, Anthony Hopkins e Tom Waits complementam a visão de Coppola. O filme é um espetáculo visual e narrativo, onde impressionam, os cenários, as técnicas consagradas ao cinema de efeitos práticos visuais, as exuberantes matte painting, (isso no começo da expansão do CGI), além do vestuário de Eiko Ishioka, uma obra de arte em sua pura expressão. Cada detalhe da produção foi estudado com esmero e percebe-se isso na tela, já nos segundos iniciais. Com uma trilha sonora impactante e narrativa visual única, a marca do diretor está presente em cada frame. Uma história de obsessão, amor, desejo, luxuria, fé, por vezes um conto de fadas sombrio, como em Romeu e Julieta, tem algo de sacrifício e dor. E isso me fez, claro, fazer essa referência ao cinema romântico buscando no baú de memórias do que considero como filmes que merecem um olhar com mais atenção e carinho. Pois já no cartaz do filme do diretor está estampada em grande destaque a frase "LOVE NEVER DIES" (O AMOR NUNCA MORRE). Lindo, poético e romântico. Uma boa pedida para um bom filme e uma história bem contada. Seguimos então para mais dicas e um olhar mais atento para esse tema, atemporal, humano e que em alguns momentos sofre pela insistência em alguns ocuparem o lugar de "juízes". "SHAME".

Emília Clarke e henry Golding em cena de UMA SEGUNDA CHANCE PARA AMAR" 2019

"Last Christmas" título original da produção de 2019, batizada para nossa terrinha de "Uma Segunda chance para Amar", vai além do título nacional, sem vulgarizar ou estereotipar um significado bem mais abrangente embutido nas entrelinhas deste filme. Vamos lá, (sem spoilers, rsrsrs). Primeiro deixo avisado que sou fã do compositor e cantor George Michael, um dos carros chefe desta singela produção, as músicas atemporais do "ex" vocal do grupo pop inglês WHAM! Já na abertura do filme, não tem como não se emocionar com a cena, (e falo isso como fã de carteirinha) com a belíssima "Heal the Pain" (do álbum listem Without Prejudice de 1990) cantada a capela em uma igreja ortodoxa pela personagem Katarina ainda adolescente. Apresentados a personagem, que será, após essa introdução, vivida até o final da produção pela talentosa Emília Clarke (de Game of Thrones), aqui revelando uma poderosa interpretação, leve, divertida e emocional, assim embarcamos nesta sensível, apaixonante, e divertido romance. Com uma impagável atuação da atriz Emma Thompson, uma divertida Michelle Yeoh em cena e um par perfeito para Emília, vivido pelo ator Henry Golding (de Podres de Ricos), esse filme é uma grata surpresa, vale ser (re) visto muitas vezes, entre tantas produções atuais esquecidas muitas vezes do quanto amar vale sim a pena. É só prestar atenção nas cenas em que canções como "Praying for Time", Heal the Pain", "Waiting for That Day", "Freedom '90" embalam a narrativa em cenas tão doces como emocionais. Um filme singelo e perfeito para esses dias turvos, onde temas como, família, amor, encontros, leveza e espiritualidade são aspectos colocados na história fazendo com que a reflexão seja tanto para Katarina como para quem está seguindo sua trajetória. E a surpresa desta bela história de amor só revelada próximo do final, deixa a sensação de que esse é um pequeno clássico, uma fábula contemporânea como aqueles bons tempos em que o cinema era embarcar em um sonho bom. Look Up. Vamos sempre olhar para cima.


Bella Thorne em cena do filme SOL DA MEIA NOITE 2019

E aqui outra dica e exemplo de mais um filme depreciado pela crítica diversas vezes, o que é uma pena, pois é bom, delicado, reflexivo sem ser apelativo e reserva algumas pequenas pérolas. A moça da hora e atriz principal do filme é a atriz do sitcom da Disney "Shake it Up! ", no brasil, "No Ritmo "Bella Thorne que é estrelado também por Zendaya. Mas sem delongas vamos ao filme. A produção de 2018 é também um veículo para a atriz soltar a voz (que é boa por sinal) e narrar uma fábula sobre uma adolescente que possui uma doença rara que a impede de ser exposta à luz. A luz presente novamente, e isso é bem interessante. Em suas aventuras noturnas, período em que pode permanecer exposta ela canta para quem quiser ouvir, ou seria para ela mesma ouvir (aqui me permito refletir). Talvez em códigos essa seja a estrutura desta narrativa, não focar em dramalhão de uma doença rara, intermináveis sessões hospitalares, choros intermináveis, e sim lançar luz a temas mais raros hoje em dia, como, romance e amizade, este último o grande destaque da produção. A amizade que permeia a família, sua melhor amiga, seu amor de infância acompanhado pela visão de sua janela, quer história mais bonita. E perfeita para nossos dias. Eu voltei no tempo com essa simples história, me lembrou alguns clássicos dos 80', aqueles que passaram por séculos na sessão da tarde, rsrsrs, e me fez bem. Também entrega um final que não poderia ser diferente. Aí reside um bom filme, ser fantasioso e real ao mesmo tempo. Ainda no elenco principal o ator Patrick Schwarzenegger, sim filho de Arnold. Um ponto de reconhecimento ao final da sessão, entendemos, tanto os personagens como nós do outro lado da tela, que muitas coisas na vida são feitas de sacrifícios, e aí residem as nossas lições e aprendizados. Um filme bom, triste e bacana ao mesmo tempo.

Continua...

André Serafim


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