O CINEMA E SUAS FANTÁSTICAS NARRATIVAS VISUAIS

25/07/2021

Capítulo 2 - A Arte na Imagem produzida parte II

A MATTER OF LIFE AND DEATH”, Dir. Michael Powell e Emerich Pressburguer, 1946.
A MATTER OF LIFE AND DEATH”, Dir. Michael Powell e Emerich Pressburguer, 1946.

Como indicação para experimentarem como uma boa sessão de cinema, de 1946, vem essa obra de arte visual da dupla também conhecida por os Arqueiros, Michael Powell e Emerich Pressburguer, " A MATTER OF LIFE AND DEATH", no Brasil, "Neste Mundo e no Outro"". Além do uso espetacular da cor no uso do Technicolor (marca dos diretores), há também espaço bem-acabado e narrativo para o uso do preto e branco como metáfora e como beleza plástica. No uso de efeitos práticos, maquetes, pinturas de fundo (fantásticas matte painting realizadas por Walter Percy "Pop" Day e seu enteado aqui como assistente de pinturas de fundo, Peter Ellenshaw), composições e direção de arte no uso das cores em "Technicolor" pelo fotógrafo Jack Cardiff, muito refinada, o filme é requisito para um olhar através do cinema para a arte da imagem. Ainda que sob efeito do pós-guerra, a mensagem ainda é relevante nestes tempos sombrios que estamos presente. A obra produzida, escrita e dirigida pela dupla é referência para cineastas do calibre de Scorsese, Coppola e Spielberg e estudiosos também por suas grandiosas imagens, reflexões e mensagens. E, claro, vale ver a bela e pueril história de amor do casal protagonista (David Niven e Kim Hunter). Michel Powell citou ser o filme, seu predileto. Um filme belo e sensível.

Foto 1- cena do filme com efeitos adicionados.
Foto 1- cena do filme com efeitos adicionados.
Foto 2-produção da cena em estúdio pré adição de efeitos especiais.
Foto 2-produção da cena em estúdio pré adição de efeitos especiais.

A MATTER OF LIFE AND DEATH" 1946, Dir. Michael `Powell e Emerich Pressburguer.

Em 1947, a dupla realizou "BLACK NARCISUS". A obra "chave" dos cineastas, e por detalhes ainda bem vistos, muito claros na película. Por sua elaborada fotografia e pelo uso das belas pinturas de fundo, mais uma vez os créditos para Walter Percy "Pop" Day e Peter Ellenshaw, em composições pintadas com beleza e realidade, soberbas em contraponto a cenários, live-action e maquetes, e principalmente sua densa narrativa. Do isolamento, da loucura, do desejo, da memória, tempo e diferenças culturais em exuberante colorização da paleta de cores revelando seu cunho erótico e inteligente na sutileza de suas incitações e discussões acerca da sexualidade e do religioso. Destaque nas atuações e maquiagem, em close memoráveis para Deborah Kerr e Kathleen Byron. Uma obra importante, forte e atual. Sua qualidade incomparável da iluminação e colorização na história do cinema, e a impecável beleza na composição utilizando técnica diversas, maquiagem, estudos da cor na fotografia (referência a obra do pintor Joanes Vermeer, Rembrandt e Caravaggio) fez da obra um marco na qualidade de cinematografias, e renderia o Oscar para o diretor de fotografia Jack Cardiff, bem como o Oscar de direção de arte. Revendo recentemente este belo filme, ainda impactam saber que a produção foi realizada nos estúdios em Pinewood, Inglaterra. Sim um filme de estúdio. Mas ainda seria visto mais na obra dos cineastas.

"BLACK NARCISUS", 1947. Dir. Michael Powell e Emerich Pressburguer.
"BLACK NARCISUS", 1947. Dir. Michael Powell e Emerich Pressburguer.

E claro essa nossa jornada atemporal pelo cinema exige um pouco de tranquilidade, afinal estamos falando de tempo e memória, qualidades que exigem paciência e um olhar mais desafiador. Afinal os grandes mestres da arte em movimento ainda são referência em produções atuais, por seu legado criativo e de vanguarda. "THE RED SHOES",1948, marca definitivamente a carreira dos cineastas e contempla a obra com os Óscares de direção de arte e trilha sonora. Neste clássico do cinema, visualizaremos a impressionante forma narrativa e criativa da dupla, que mesclou com perfeição e efeitos visuais na fotografia, a dança, a música, a literatura e o romance, conquistando o público e cineastas ao longo do tempo por sua beleza plástica e conceitual. Mesmo que para alguns soe datado por sua própria concepção e narrativa, merece estar sempre em destaque pois é sem dúvida um dos mais belos filmes já realizados na história do cinema. As cenas de dança são um show à parte com seus impressionantes cenários, sobreposições e composições plásticas nas imagens captadas pelas lentes dos diretores e do impressionante trabalho de direção de arte, fotografia e figurinos.

THE RED SHOES, Dir. Michael Powell e Emerich Pressburguer, 1948.
THE RED SHOES, Dir. Michael Powell e Emerich Pressburguer, 1948.

Aguardem o desfecho deste capítulo na próxima semana!
André Serafim, Ac.Cultural

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