O CINEMA E SUAS FANTÁSTICAS NARRATIVAS VISUAIS - TUDO ESTÁ CONECTADO!
Capítulo 4, parte I - "A verdade é singular. O CINEMA e suas versões inverdades". (SONMI 451).
"TUDO ESTÁ CONECTADO"! Assim estamos novamente iniciando nossa viagem pelo tempo e espaço, pela arte da imagem no cinema, e também, pelas belas, intrigantes, simples e cotidianas, épicas ou históricas narrativas em movimento, no bom e velho cinema. Engage!
Acima o cartaz de uma das obras dos irmãos Wachowski, e que com eles ou melhor elas, explicado logo abaixo, começaremos nossa jornada pelo mundo imagético do cinema. O belo visualmente e espetacular "Cloud Atlas" (no Brasil, A Viagem), lembrando que a direção agora é assinada pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski, mas não se enganem, antes de tudo, e principal destaque, é uma obra de arte e de filosofia. A película antes de seu impressionante visual, diga-se acachapante, discute e aponta filosofia e existencialismo. Porém cabe a cada um escolher o caminho dentro e fora desta incrível narrativa visual, ou seja, apenas olhar ou entrar e ver em sua intensidade humana e de descobertas a força através do amor e do tempo. O bem e o mal, o amor, o sistema perverso como a realidade, o poder, a política enganosa de sempre com seus governantes e a simplicidade de se conhecer e reconhecer o outro. Na obra, são mais que espelhos, é nossa própria história sendo transportada pelo universo. Dogmas, crenças, falas e nossa própria visão de utopia plantada pelo sistema. Nossas batalhas diárias, suas consequências no todo, nossas escolhas, enfim, quem somos e quem decidimos ser ao longo do caminho. As narrativas se entrelaçam pelo cosmos, eras, tempo, memórias, e no mundo novo. A maquiagem outro espetáculo, (boa parte dos atores principais realiza mais de uma performance, diversificando cor e raça nas incríveis maquiagens produzidas, e são muitas e também é muito divertido de tentar reconhece-los), os efeitos especiais são inovadores bem como inovações digitais, matte painting digital e o trabalho de cada ator em seus ricos e bem transportados personagens, somente fazem desta maravilha da Sétima Arte uma obra prima. Tudo está conectado! É uma obra para ver, rever, pensar e quem sabe admirar um trabalho que ousou olhar, criticar e ir além do próprio sistema que o criou. Ponto para as Wachowski. Assim falar de sua filmografia nos levará aqui no papo a mencionarmos também outra obra das renomadas realizadoras. MATRIX a trilogia.
De imediato, uma das marcas deixada nos 90' a fotografia combinando verde e preto, um marco no cinema e na ficção. Lembrando que em breve teremos uma nova incursão ao universo da Matriz, em dezembro chega aos cinemas Norte Americanos"MATRIX4".
E essa quem sabe, será uma outra história para nosso papo de cinema. Avante! Continuamos com suas filmografias, além de Matrix, as diretoras em algumas películas foram grandes recordistas nos cinemas, outras já nem tanto agradaram nem público nem crítica, até foram desprezadas pelo star system hollywoodiano e suas almejadas "bilheterias". Assim o próximo da lista para revermos é talvez o mais injustiçado, e já vou explicar, (risos).
SPEED RACER 2008, Warner Bros. Pictures, que na época de seu lançamento foi transformado em um dos maiores fracassos de "bilheteria "da história do cinema (olha o sistema aí de novo, risos), mas com certeza saibamos foi uma construção planejada e executada para ser uma obra tanto visual como narrativa. Bom, primeiro temos de lembrar de onde vem a "ideia" de uma versão em live action deste que é um clássico dos desenhos animados, sim, um anime produzido nos anos 60'. Insano, superdivertido, armas de toda espécie em carros espetaculares, velocidade acima do normal, apetrechos (gagedts), explosões, adrenalina, mistério, trilha grudenta, muita corrida e dramas, tudo com uma família contra grandes corporações, corrupção e o sistema. E está tudo lá, na versão para a telona. De início, sim, o visual espetacular que já nos avisa estamos tratando de um lugar além do nosso simples cotidiano terráqueo. Sim é na Terra a ação, ou melhor um planeta Terra diferente, tecnológico, multicolorido, e claro com as vilãs sendo as grandes corporações e o sempre previsível sistema político. Mas os destaques vão além de narrativas idealistas ou mensagens reflexivas, o grande ponto são as inovações visuais, os efeitos de ponta, nos transportando para outros focos em destaques na produção de mais de 120 milhões de dólares e que nos leva direto ao desenho dos anos 60'. São; o núcleo familiar, a vontade de ser independente do sistema, a perda de um integrante da família e sua porção amorosa e emotiva presentes na série animada e no filme. John Goodman (Pops), Susan Sarandon (Mom), Christina Ricci (Trix), Emile Hirsch (Speed Racer) e Mathew Fox (Racer X) carregam boa parte das ações e acertam o tom nas emoções das personagens criando empatia, veracidade e entretenimento, lembrando, a parte divertida foi construída pelo ator Paulie Litt (Sprittle) e seu macaquinho (Zequinha no brasil), traduz igualzinho ao anime. Back to the Past. Brilhante, inventivo, colorido, muita ação, corridas insanas, emoção e diversão. Go, Speed Racer/ Go, Speed Racer/ Go, Speed Racer/ Go! (Quem viveu, lembrará e cantará este refrão). Acionamos nossa máquina do tempo e retornamos a outras épocas, outros tempos da imagem, ah! E sem esquecermos as fantásticas criações nas imagens atemporais do cinema. Afinal este é nosso papo.
continua...
ANDRE SERAFIM, artista plástico, professor de artes e apaixonado pelo cinema, escreve sobre arte e cinema AC.Cultural 2021.